Ontem, dia 7 de Agosto de 2015 a
lei que ilustra um marco na luta contra a violência doméstica comemora seus 9
anos de decreto. A lei número 11.340, apelidada popularmente por “Maria da
Penha” foi decretada pelo congresso nacional em 2006 e sancionada pelo
ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E foi dia 7 de agosto de 2006 que a
lei entrou em vigor no país. O verbo comemorar que usei no início do parágrafo
não é meramente ilustrativo por ser um aniversário, é na verdade um fato
real. Nós, membros da sociedade
brasileira, que somos determinantemente contra a violência doméstica, violência
infantil e feminicídio podemos comemorar a diminuição da violência depois que a
lei entrou em vigor.
O estudo do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA) estimou o impacto da Lei Maria da Penha (LMP) desde o
ano de 2006, quando foi criada, até a divulgação da pesquisa em março de 2015.
A LMP fez diminuir 10% a taxa de homicídios contra mulheres dentro de suas
residências. Podemos assim dizer que a LMP ajudou a evitar milhares de casos de
violência doméstica no país.
- Você alguma vez já se perguntou do porquê da lei ter o nome de Maria da Penha?
Não, então agora ao decorrer
dessas linhas você irá descobrir. A lei foi inspirada em uma mulher formada em
Farmácia e Bioquímica 1966, na primeira turma de Universidade Federal do Ceará.
Conheceu o homem que se tornaria pai de suas filhas e o seu maior inimigo,
quando cursava Pós-Graduação na USP.
Um certo dia, acordou com um tiro
de espingarda nas costas. Segundo seu marido, Marco Viveros, o autor do disparo
teria sido um ladrão que tinha invadido sua casa. O ferimento custou a ela
meses no hospital, cirurgias e uma sentença, nunca mais poder andar. Quando
voltou para casa foi vítima de outra tentativa de homicídio, dessa vez seu
marido tentou eletrocutá-la enquanto ela tomava banho. Durante esse período,
foi descoberto que o tiro de espingarda foi realmente disparado pelo seu
marido. Marco Viveros tentou assassinar sua esposa duas vezes, fora as
sucessivas agressões que ela e suas filhas sofriam no cotidiano de suas vidas.
Maria da Penha jovem, na capa do seu livro "Sobrevivi, posso contar" |
Depois do seu caso ficar conhecido no país e no mundo, o
governo do Brasil sentiu a necessidade de criar uma lei que defendesse as
mulheres da violência doméstica e homenagear a mulher que lutou por isso,
colocando o seu nome a lei. E assim uma mulher que perdeu a liberdade de poder
caminhar, mas ganhou a liberdade de poder viver. E ainda inspirou não só um
país, mas também todo o mundo com seu caso, virando o símbolo nacional da luta
pela igualdade entre gêneros no século 21.
Marcos Vinicius da Rosa Assunção
Marcos Vinicius da Rosa Assunção
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