terça-feira, 1 de setembro de 2015

Capital Intelectual: Em prol de uma geração com mais de 140 caracteres


Nunca se pensou que o capital intelectual um dia chegasse à escassez na mesma velocidade da água, que está marolando pelos nossos oceanos, lagos e rios muito antes de nós.
A mesma avalanche que trouxe as duas grandes guerras, deixou como vestígio nos últimos 65 anos a Indústria Cultural e a ideia de que um sistema social era a solução de todo o mundo, o capitalismo. Com esse sistema, as guerras e a opressão que o mundo sofreu fez aflorar um sentimento forte de criação nas pessoas. Coisas novas surgiram, outras perderam espaço por estarem desatualizadas. A necessidade exacerbada de consumir e comercializar cada vez mais esses produtos ficou incontrolável e isso atingiu praticamente todo o globo.

Com todo esse processo e o decorrer dos anos conhecemos a internet, depois os smartphones, o 4g, a impressora 3D que tudo cria e toda a atual tecnologia. Porém como todo esse processo espetacular, nossa capacidade inventar e nossa inteligência acabamos não percebendo que em algum momento nesse período cometemos um erro. Transformamos toda nossa criatividade em um alter ego, o objetivo passou ser ganhar reconhecimento da sociedade por meio do narcisismo. Nos tornamos o ápice do superficial. O capital intelectual se foi e nos transformamos em uma mentira ambulante, que pode ter diferentes tipos de pernas: curtas, longas. Podem ter também braços e vidas diferentes, porém semelhantemente vazias.
Nosso individualismo denso se tornou tão superficial que perdemos o tesão da leitura, a vontade de debater e com isso a capacidade de criação. O mundo está estagnado, onde um bando de egoístas ignorantes se reúnem para serem igualmente burros e sem conteúdo.
Com grandes pensadores e criadores extintos, lendas serão aqueles que conseguirão ler mais de 140 caracteres e conseguir passar esse conhecimento adiante, para quem sabe a próxima geração comece a criar um ciclo vicioso de capital intelectual.

Marcos Rosa